Afinal o trânsito em Peste não era caótico, era apenas intenso. Em Praga o trânsito é um congestionamento total. Tipo andar 2 metros de 5 em 5 minutos.
Aparentemente Praga bate qualquer uma das cidades que visitámos anteriormente. Mas há qualquer coisa na atmosfera de Peste que nos deixa um amargo de boca, como se que houvesse mais uma ruela ou uma reentrância com algo por descobrir.
Claro que Peste é turístico, mas Praga cai no exagero e talvez isso lhe tire algum charme. Praga é esplêndido e contrasta o rústico com o sofisticado, mas… falta qualquer coisa que em Budapeste não faltou.
De resto o dia foi de muito passeio. Começámos pelo rota mais turística que inclui a passagem da ponte de Charles e a visita ao castelo. A ponte é como visitar o Vaticano, ou a torre Eifel em Paris. Um mundo de gente de todas as nacionalidades. Houve-se falar todas as línguas em simultâneo. Até a um pedido de casamento assistimos na ponte. É realmente algo único.
O caminho até ao castelo mais parece uma procissão. São ruas inundadas de gente. Gente a mais para meu gosto. E faz falta a presença dos nativos. Tantos turistas encaminhados como um rebanho, dá um ar muito artificial a todos aqueles artefactos. Não nego a beleza, mas…
O castelo é mesmo grande. Não nos chegamos a aperceber bem o que é realmente castelo e o que são palácios, basílicas, museus, etc. Ou seja, aquilo não é bem um castelo segundo os nossos padrões de castelo, como sejam o castelo dos mouros em Sintra, São Jorge, etc… (noutro post falar-vos-ei de um castelo digno desse nome, quase perdido em Praga e que é atracção dos habitantes desta cidade)
O castelo oferece uma panóplia de monumentos e enumeras vistas da cidade. Tal como Budapeste, Praga também ganha do facto de ser envolvida por colinas.
O dia estava realmente bom e quente. Talvez calor a mais para quem anda a passear. Mas do nada o céu começou a encobrir-se de nuvens negras e por sorte assim que caíram as primeiras pingas a Mafalda sugeriu que nos encostássemos ao mosteiro para nos equiparmos com as nossas super capas de chuva adquiridas nos saldos de Viena. Dito e feito. Começa a cair uma carga de água descomunal. A praça à nossa frente alagou por completo com água acima do tornozelo. Tivemos muita sorte do sítio onde nos abrigámos estar uns degraus acima do nível da praça.
Tudo isto mais parecia um cenário tropical, porque da mesma forma que apareceu, da mesma forma foi-se embora e deu novamente lugar a um dia de céu azul e de calor.
Descendo do castelo podemos apreciar as vistas de diferentes perspectivas e já cá em baixo temos mais uma série de jardins e monumentos.
Daqui passámos para o que chamaríamos de baixa da cidade. Uma baixa como outra qualquer de ruelas e casas de arquitectura antiga e muito bem conservadas (tal como Bratislava, Viena e Budapeste, excepto em Lisboa… nisto perdemos 10 a zero). Esta zona abrange uma grande área e oferece mesmo muito para ver. Além das centenas de esplanadas bem acolhedoras, onde se pode também passar um bom bocado.
Acabámos por repousar no café mais típico de Praga, o Kavarna Slavia. Sem ser planeado, havia uma campanha ao Bohemia Selkt (espumante) que acabei por provar. E gostei bastante do espumante em si, além de dar um remate precioso aquele fim de tarde acompanhado ao som do piano.
O hotel é bom. Tem uma atmosfera Zen decorada com bambus, cortinas vermelhas, música indiana, etc. Também jantámos por lá, comemos bem e a preços razoáveis, já que os preços no centro da cidade são para esquecer.
Lisboa continua a ser a cidade mais bonita que conheço.