1º e 2º dia: Brno e Bratislava – proibido falar inglês

June 21, 2009

 

O aeroporto de Praga é um típico moderno aeroporto europeu, que nada tem a ver com o que estamos acostumados em Portugal. Mais curioso é ver o aeroporto vazio. Meia dúzia de aviões a descarregar e depois longos corredores vazios e tapetes sem malas.

 

Já cá fora em busca do edifício que concentra as rent-a.car, continuamos a estranhar o sossego. Nem aviões se ouviam. Parecia mais um enorme parque empresarial do que um aeroporto.

 

Depois de sairmos com o carro do aeroporto levámos tempo até começarmos a ver transito. Até então estradas largas, aparentemente bem sinalizadas. Estávamos a iniciar a nossa primeira experiência de encanto com o “tom tom” e por isso não nem dávamos atenção a esses pormenores.

 

Dois ou três carros apitam-me e mais à frente uma senhora simpática lá me faz sinal com as mãos. Parece que por ali todos andam de luz acesa, mesmo em plena luz do dia, que quando o céu encobre não é muita.

 

Mais uns poucos Kms decidimos definir Brno como nosso destino, acerca de 200 Kms de Praga. Diz no guia que é a 2ª cidade mais importante da república checa. Também reconhecida pelo Moto GP que lá faz passagem. Além disso diz ter umas ruas pitorescas com arquitectura do sec XV, simpáticas de se passear.

 

Nisto o “tom tom” pergunta-nos se queremos seguir o caminho mais curto com portagens ou queremos uma alternativa. Baq… tínhamo-nos esquecido de levantar dinheiro checo. Será que os gajos aceitam visa nas portagens como nós? Bolas… o melhor é levantarmos dinheiro. Mas ainda andávamos pelos arredores de Praga que não aparentava muito comércio e também não nos estava a apetecer entrar no meio de Praga só para levantar dinheiro.

 

Saímos da estrada principal em busca de um ATM e nada. Pensei em perguntar a alguém, mas tinha lido no guia que a maioria das pessoas não falava inglês. Será verdade?

 

Avistei um Hotel e pensei que ali de certeza me saberiam esclarecer em inglês. Mas nem por isso… Meio a despachar ela disse-me para virar à direita e andar cerca de 100 metros. Mas acho que ela nem percebeu o que eu andava à procura. Se lhe tivesse dito que procurava um supermercado acho que me dava a mesma indicação.

 

Ainda lhe perguntei se nas portagens aceitavam VISA, mas a resposta era sempre a dizer-me que não percebia muito de inglês. Mais valia dizer que não percebia mesmo nada de inglês. Mais um tempo à deriva e lá acabamos por encontrar o ATM.

 

Brno é pequeno, bonitinho, algumas monumentos interessantes, umas ruas originais e uma grande praça sem trânsito com prédios de traça original. Deu sobretudo para descansar, porque do avião fomos directos para o carro eram 14:00 e depois de mais duas horas de viagem estávamos a ficar exaustos.

 

O mais agradável foi o lanche que até agora foi a melhor refeição que fizemos nestes dois dias. Deixo-vos a imagem que fala por si.

 

 

 

No entanto para conseguirmos perceber o que íamos comer, voltou-se a tornar num diálogo difícil com o empregado. Inicialmente tentávamos perceber se era um vegetal, carne, ou outro.? Passámos para as cores: verde, vermelho,…? Mas nem assim. O empregado não dava uma para a caixa. Chamou um colega que o máximo que nos conseguiu dizer é que tinha tomate. UAU

 

Carambas, percebo que pessoas mais velhas não saibam falar inglês. Mas como é que hoje em dia alguém com 20 anos, num país da CEE não sabe falar o mínimo de inglês?

 

Chegamos a Bratislava e temos um quarto de Hotel fantástico. Imagino que até ao final da viagem não iremos dormir em nenhum sítio melhor. E a noite foi realmente boa, não fosses estes gajos terem a mania de não ter cortinas ou persianas que cortem a luz. A partir das 5 am mais parecia que estava dormir na rua.

 

Hoje passámos o 2º dia em Bratislava, capital da Eslováquia. Aqui já circula o euro. O que estranhei, porque sempre pensei que a república Checa fosse mais desenvolvida que o seu país vizinho. Mas talvez não seja…

 

Embora não muito grande Bratislava é extremamente agradável, sobretudo porque estamos numa altura de festival de Verão e em qualquer esquina se houve um concerto de uma banda filarmónica, jazz, viola clássica, entre outros. Sensacional. Hoje almoçámos ao som de uma banda, numa das praças principais. Embora a comida seja apenas razoável as refeições acabam por nos deliciar por toda a envolvente que é recriada.

 

O estacionamento é estranho. Tudo está devidamente assinalado como “Reservé” ou então “Poh-Pia 8-16h”, este último aparenta mesmo lugar de parquímetro, mas no entanto não se encontram as devidas maquinetas por perto. Quase nos lembra a viagem pelo estado de New York em que tudo era sinalizadíssimo.

 

Ainda tentei confirmar com as pessoas se podia parar o carro naqueles lugares: “Poh-Pia 8-16h”, mas assim que indiciava que me ia aproximar as pessoas fugiam de imediato, levantando logo a mão a dizer que não percebiam e eu só dizia: “Stop car here?”, apontando com o dedo. Mas nada… nem um aceno com a cabeça. Chiça… será que nem a palavra “stop” conhecem? Nem o policia à porta da embaixada dos EUA me soube responder. Será possível? Sim, em Bratislava.

 

Visitámos 2 castelos, um deles (o de Bratislava) não se classificaria como tal dentro dos nossos parâmetros mas enfim…. Gostei no geral… Gostei sobretudo do centro da cidade.

 

A noite terminou com um excelente gelado de morango com iogurte, servido por uma empregada simpatiquíssima e com um inglês fluente. Que bem que sabia ouvir aqueles sons. E ainda por cima parecia que ela também estava com vontade de falar.

 

Amanhã seguimos para Viena. Veremos o que nos espera.

 

Lisboa continua a ser a cidade mais bonita que conheço.