Uma das facetas de ser pai é chegar àquele ponto em que já estamos fartos das canções do fantasminha constipado, com rimas do santinho, constipadinho e com mais qualquer coisa acabada em inho, ou as adaptações, ou melhor dizendo, deformações das velhas canções da minha infância. E depois somos invadidos com essas músicas por todo lado. Até no meu computador, lá vem a minha filhota dizer: “papá, paijinho, põe o Nody, põe o fantasminha,… “. Põe mas é o raio que te…. E a outra filhota mais nova que só tem 8 meses também já topou as potencialidades das novas tecnologias e já começa a deitar o olho ao meu computador… até acho que já a ouvi dizer: “Páaa a hixtora charoxina..”
No meio de tudo isto, finalmente recebo uma lufada de boa música infantil, quando num Domingo à noite me telefona a minha mãe a berrar: “Miguel, Miguel, liga rápido a televisão no Canal1… está dar … está a dar …. as músicas daquele LP que tu tanto gostavas em miúdo e que cantavas e dançavas e fazias assim… e assim….”. Xiiiiiça…. agora só me faltava a minha mãe e a conversa saudosista das minhas histórias de pequeno. Mas a mãe estava certa.
Era mesmo o José Barata Moura, professor, escritor e compositor. Que ao contrário de toda a música infantil de qualidade medíocre, sabe fazer rimas, sabe compor e sabe cantar. E não só sabe cantar, como consegue ainda sintonizar de forma harmoniosa o canto das crianças ao som da sua voz e guitarra.
E não me parece que esta seja uma visão polarizada pelas minas recordações, porque a verdade é que as minhas filhas vibram mais a ouvir os originais do José Barata Moura do que qualquer outra deformação de rima fácil, que nem os bonecos conseguem deslumbrar.
Estes 2 vídeos que consegui gravar não têm, nem precisam de animações, bastando a motivação do José Barata Moura, acompanhado por quem deve - as crianças - para empolgar as minhas filhas. Fico feliz por elas saberem distinguir o que é bom.