Este mês de Setembro está a ser marcado por uma daquelas épocas fabulosas de casamentos. Que bom! Como se não bastasse casamentos em fins-de-semana seguidos, ainda tenho a estafa das viagens de mais de 300 Kms, para cada lado. De tudo aquilo que é mais estafante de um casamento o pior ainda é o trânsito da viagem que vai desde o local da celebração do matrimónio até ao dito local do “copo de água”.
Detesto trânsito. Durante a semana evitam-se os horários de ponta e os caminhos mais congestionados. Agora trânsito ao fim-de-semana, é que não…. Livrem-me disso. Nos últimos 10 anos das poucas vezes que fui ao Porto em trabalho, quase sempre alucinei com o trânsito daquela cidade. Considero o pior de todos os trânsitos que alguma vez apanhei. Porque é daquele trânsito pegajoso que não descola, em que a pessoa fica ali horas a fio sem poder fugir para lado nenhum.
Ainda por cima a cidade até é pequenina. Sem a conhecer muito bem dificilmente me perco ali. Basta ter-se o mínimo sentido de orientação. Se queremos ir para a zona da Foz basta seguir a direcção do mar. Daí para a rotunda da Boavista é só seguir até ao castelo do Queijo e subir a avenida. Se queremos ir para a Ribeira então é em sentido contrário. Da Boavista para o centro é só avistar ao longe a torre dos Clérigos e lá vamos ruazinha à esquerda, ruazinha à direita. E tudo isto faz-se numa volta que não são mais de 10 Kms. Se compararmos a mesma volta em Lisboa, só o percurso da Expo, até Algés são 25 Kms. A mesma em São Paulo é melhor nem contar…
Para quem não conhece o Porto, nem pensem que quando falo de trânsito estou alguma vez a comprar com a 2ª circular de Lisboa. Não. Desse também lá há na “circunvalação” ou VCI, que é o estilo de trânsito que sempre vai andando. O trânsito mesmo mau é aquele da ruazinha que não anda mesmo e onde não temos a mínima hipótese de sair dali. Nem que por mais absurdo nos apetecesse voltar para casa, já não dá porque a rua só tem um sentido. Mas apanhar trânsito como este ao Domingo ainda é o pior de todos os pesadelos. Não apanhei o trânsito da ruazinha de sentido único, mas o da rua de 2 sentidos com apenas 1 faixa para cada lado onde voltar parar trás é uma tarefa ainda mais aterradora que seguir em frente.
A cerimónia foi na Foz e o destino era para os lados de Ermesinde (aquele sitio onde as há mesmo “boas”…). Ora bem, indo da Foz tinha duas alternativas: direcção ao castelo do Queijo, ou direcção à Ribeira. Pimba, acertei mesmo em cheio no caminho com mais trânsito. E quando lá estava eu paradíssimo naquela fila de carros olhava para o lado e via em sentido contrário uma fila ainda maior e olhando mais para o lado via um morro repleto de casinhas com ruas intransitáveis onde nem um carro passava (do outro lado fica o rio). Passo, a passo lá avançava mais um bocadinho e eu a única coisa que queria era sair dali, fosse lá para onde fosse. Mas não, alguém lá de cima que me estivesse a ver lá dizia: “ficas aí e daí não sais.”. Lá estava eu passado uns 5 anos naquele trânsito peganhento que não nos deixa fugir para lado nenhum.
Nem em São Paulo onde os percursos de carro dentro da cidade levavam em média 1 hora. Nem aí eu me lembro de estar tanto tempo parado sem avançar 1 metro. Ó transito do Porto manhoso quando é que tu desapareces de vez?