Malta 2007 - ida

September 4, 2007

Há duas coisas que me lixam no aeroporto da Portela: os taxistas e o tempo de espera das malas (para já não falar quando estas nem chegam ao destino). Quanto ao primeiro pouco posso fazer (embora já tenha alguns episódios dignos de um post). Sobre o segundo a solução é não despachar as malas e levar bagagem de pequenas dimensões. Foi o que decidimos fazer.

 

Desta vez fomos extremamente poupados nas roupas que levámos. Acho que é algo que se ganha com a experiência de viajar é levar apenas o indispensável. Ainda me lembro das primeiras férias que fiz nas Maldivas de ter levado 3 pares de calçado diferentes, 4 pares de calças, camisas e tshirts variadas e no final ter sempre andado vestido de calções, tshirt e chinelos e 75% da roupa que levava na mala nem foi usada. Por mais que tentemos reduzir a roupa ao indispensável há sempre a tendência para levar mais um casaco ou uma sweat shirt, para aquela noite que pensamos que poderá estar mais fria. No fim acaba-se por não usar.

 

É difícil resistir a essa tentação, mas desta vez consultei a previsão do tempo para Malta nessa semana que apontava para uma temperatura à volta dos 30 ºC. Por isso levei mesmo só calções, tshirts e nada mais. E chegou.

 

No entanto para levar as malas na ala dos passageiros há que ter mais umas regras em conta: não poderão ser levados líquidos em frascos com volume superior a 100 ml. Líquidos inclui pasta dos dentes, espuma de barbear, cremes, etc. Consegui arranjar uma amostra de gel de barbear de 100 ml, mais outra de pasta dos dentes, etc. A única que me estava a falhar era o frasco de perfume que tinha capacidade de 125 ml. Como estava a metade do frasco, decidi arriscar e levá-lo. Por sua vez a Mafalda tinha comprado um frasco novinho de protector solar Nívea de 200 ml e teimou que havia de levá-lo.

 

Claro que nem pensar que o frasco Nívea de 200 ml completamente cheio alguma vez passasse e não passou. O meu frasco de perfume apesar de estar por metade e ter capacidade de 125 ml também não passou. O Sr. explicou-me que eles têm regras explícitas para não ter em conta a quantidade de líquido mas apenas a capacidade dos frascos. Mesmo que seja uma observação tão simples como ver que um frasco está pela metade e que 125 a dividir por 2 é igual a 62,5. Aquilo suou-me assim algo à “americana”. Do género é assim que eu tenho que fazer e nem se quer tenho autorização para pensar. Deixa-me fulo este género de procedimentos “americanóides” que não podem ter em conta o bom senso.

 

Apesar de o voo ser às 23:30 o aeroporto estava cheio e foi tudo a correr de umas coisas para as outras. A fila para o check-in foi demorada (nesse tempo deu para dar uma “checada” no tipo de passageiros que iriam no nosso voo. Chamou-me a atenção um casal que levava a filha com 4 meses. Só pensei: espero que fiquem longe de mim. Miúdos a chorar é que não). A passagem na Alfandega também foi demorada. Até o jantar que limitou-se a pizzas e sandes foi demorado por causa de um imbróglio que houve na cozinha. Com tudo isto fizemos o embarque já em “last call”. Somos os últimos a entrar no avião e lá vamos naquele passo, a passo em busca dos nossos lugares. Tau. Mesmo atrás de nós está o casal com a criancinha de 4 meses. Azar do caraças. Tinha reparado nuns lugares livres logo à entrada do avião e pensei que assim que estivéssemos no ar iria para lá. E assim foi.

 

Apesar de já serem perto das 24 horas quando estávamos no ar ainda nos serviram o jantar. Comi rapidamente, cheguei as coisas para o lado, refastelei-me na cadeira e dormi ferrado. Foram 3 horas de voo e acordei com a hospedeira a anunciar que íamos começar a descer e para apertarmos os cintos.

 

Já em terra, claro que somos os primeiros a chegar junto do guia da Halcom responsável pelo transfer. Não nos adianta de muito porque temos que esperar pelos restantes passageiros e suas malas. Por volta das 3:45 lá arrancamos e começamos a distribuição pelos hotéis.

 

Começamos pelos hotéis junto do centro. Cada um pior que o outro. Pequenos hotéis em becos e ruas estreitas. Finalmente chegamos ao nosso hotel (Hilton) e tenho a sensação de entrar noutra dimensão. Um hall de entrada imponente com uma enorme mezanine sobre uma das sala de jantar, com a parede do fundo toda em vidro sobre umas das piscinas.

 

Depois das formalidades do check-in instalamo-nos no quarto já eram 5 da manhã. O quarto era enorme e a varanda tinha metade do tamanho do quarto. A Mafalda nem desfaz a mala e aterra na cama a dormir.