A Maf está estupefacta com aquilo que umas miúdas estão a levar do pequeno-almoço do Hilton. São 3 teenagers que se trazem alternadamente um prato ora cheio de fruta, ora cheio de bolos, e despejam descaradamente para dentro de um saco. O à vontade é tal que assim que se sentaram despejaram um prato com 8 frascos de doce e pediram ao empregado para trazer um novo prato cheio, que foi igualmente esvaziado para dentro do saco.
Neste dia retomámos aos passeios culturais começando pela capital Valleta. Antes de entrarmos em Valleta que fica numa ponta de terra murada, passamos por Floriana (tem a mesma disposição que Rabat em relação a Mdina). Todo este espaço faz lembrar as capitais europeias. Os principais monumentos datam do século XVI e tal como em Mdina estão muito bem preservados. A entrada de Valleta é imponente. As ruas todas perpendiculares entre si, com prédios de varandas bem ornamentadas que me fazem dar ares de Barcelona. Por entre ruas estreitas contemplamos ao fundo o azul do Mediterrâneo. Este cenário e o seu enquadramento dão-lhe um ar extremamente bonito, tornando-a numa das capitais mais bonitas da Europa (dentro dos meus parâmetros)
Começamos por passar os olhos na catedral de St John, considerada a mais opulenta igreja do Vaticano depois da basílica de São Pedro. No século XVII todo o seu interior foi reformulado num projecto de 20 anos que custou mais do que todo o orçamento militar de Malta. Os frescos são autoria de Mattia Pretti e conta ainda com alguns episódios bíblicos pintados por Caravaggio. As visitas estavam encerradas por ser feriado. Como decorria uma missa conseguimos ainda ver rapidamente a igreja sem direito a fotografias. Do pouco que vimos ficámos realmente impressionados com os tectos.
Daqui seguimos para o palácio dos Grãos Mestres da ordem dos cavaleiros de São João Baptista de Jerusalém. Esta visita está organizada em duas alas e cada uma custa 2 Liras (5 euros). A primeira é o museu de armaduras e a segunda o palácio propriamente dito, que eles intitulam no bilhete por Stage Rooms. Para o nosso gosto o museu de armaduras não nos entusiasmou nada. O palácio sim vale muito a pena. Todos os tectos estão pintados com eventos chave da história dos cavaleiros de autoria do italiano Mateo Perez D’Aleccio em 1576.
Por confusão na altura de adquirir os bilhetes enganei-me e comprei para o museu de armaduras e não para o palácio (Stage Rooms). Fiquei lixadíssimo e mais ainda quando comecei a ver o museu e aquilo tinha piada na primeira montra e depois era uma valente seca. Imaginem uma enorme sala com cerca de 50 montras cada uma com as espadas usadas pelos cavaleiros num determinado ano. Na montra à frente são as espadas do ano seguinte e assim sucessivamente variando em diferenças mínimas. Depois estava um calor abrasador e o museu era abafadíssimo. Estava fulo.
A visita safou-se porque no fim conseguimos ainda ver o palácio sem pagar nada. Caso contrário, tinha sido mesmo uma visita perdida.
Continuámos a nossa visita na direcção do forte de St Elmo, que fica logicamente na extremidade do cabo da cidade de Valleta. Virámos à esquerda para passar pelo teatro Manoel, fundado pelo grão-mestre português Antonio Manoel de Vilhena, que ainda hoje é muito prezado pelos malteses, pela sua governação e bem feitos para o país. Deixou um forte legado na ilha de Malta que além do teatro inclui ainda o forte Manoel.
Continuamos a descer e paramos mais um pouco na Our Lady of Mount Carmel Church. Daqui seguimos a nossa caminhada em direcção ao forte de St. Elmo, para ver um filme altamente recomendado intitulado “Malta Experience”. Quando lá chegamos os bilhetes para a próxima sessão (que era a última) já estavam esgotados. Descansámos um pouco numa esplanada e começámos o passeio de regresso junto à outra costa.
O calor é infernal. É o dia mais quente que apanhámos. Decidimos parar para almoçar e recuperar as forças. Comemos num sítio bastante pitoresco e o ar condicionado sabe lindamente. Fomos nas tostas de queijo e fiambre para variar.
Dali saímos fazendo o caminho de regresso junto à costa e passando por alguns jardins recomendados com vistas soberbas sobre a baía das 3 cidades.
Chegamos às portas de Valleta são 15:00 e continua um calor infernal. Mas ainda é cedo e quero aproveitar mais um pouco do passeio por aquela zona. Decidimos ir até Vittoriosa, que fica no lado oposto da baía em relação a Valleta. Apanhamos um autocarro que indica de temperatura interior 37ºC e exterior 39ºC. Vittoriosa tem arquitectura semelhante a Valleta, diferenciando-se por não ser murada e estar próximo do nível do mar.
Perto das 16:00 já esgotados decidimos regressar ao hotel para o habitual lazer de piscina de fim do dia. Naquele dia depois de tanto calor sabe especialmente bem.
Nessa noite jantamos no Kandles. A Maf arrisca num menu Maltes. A sopa era estilo carpachio de tomate. O prato principal era meia beringela recheada com queijo e carne picada. Eu fui nuns lombinhos de porco cobertos com gorgonzola e molho de ervas, que estava uma delícia. A Maf no dia seguinte não estava muito bem da barriga.