O pequeno-almoço era um verdadeiro sonho. O objectivo do Hilton é servir tudo aquilo que os seus clientes desejem. E mesmo tudo. Quase me deu vontade de pedir uma sandes de carne de elefante, só para testar!
O pequeno-almoço era realmente fabuloso, de encher os olhos e mesmo a barriga. Não só em quantidade mas muito em qualidade. Além de tudo aquilo que encontramos hoje em dia em qualquer bom buffet de pequeno almoço como ovos, bacon, feijão, cozinheiro de omeletas de todos os tipos, croissants, pão de leite, forma, fiambres, mortadelas, queijos diversos, e afins... via-se ainda uma variedade de fruta imaginável e nada de fruta de conserva. Uma bancada dedicada aos cereais de todos os tipos e feitios: corn flakes, bran flakes, integrais, integrais com frutos silvestres, integrais com muesli, muesli simples, frosties, rice flakes, aveia, tipo choca pics, etc... Para acompanhar havia toda uma panóplia de iogurtes de todos os sabores conhecidos e desconhecidos. Os sumos naturais também lá estavam e para os mais exigentes existia uma daquelas máquinas que partem as laranjas ao meio e fazem o sumo natural no momento à vista do cliente. Os bolos e a variedade de pães também estava bem apetrechada, incluindo a habitual torradeira para quem desejar (num dos dias farto de torradas de pão de forma pus lá uma espécie de carcaça Maltesa que encravou a meio e pegou fogo... foi mesmo).
Realmente é difícil para os homens compreender as mulheres. A Maf perante todo este aparato do pequeno-almoço come 2 torradas e já está bem. Já está bem? Como assim? Só 2 torradas?! Meu deus! Tudo isto e ela só come 2 torradas. Eu comi 4 torradas, um galão, uma omeleta de 2 ovos com cogumelos, cebola, tomate e pimentos, bacon, cereais com iogurte de pêssego misturado com salada frutas e sumo de laranja para desembuchar e fiquei cheiíssimo. Porque será?
Para desmoer o pequeno-almoço fomos passear junto à via marítima (baía de St. Julians), que acompanha diversas enseadas sobre um mar azul cristalino onde se encontram vários turistas a banhar-se na água e ao sol directamente sobre as rochas. A única pequena praia de areia por onde passámos cheirava mal, do género do cheiro “a canos”. Perto das 13:30 parámos numa das esplanadas sobre uma baía e almoçámos uma pizza. Quase todos os restaurantes servem pizzas (além obviamente das pizzarias) e são grandes e muito boas em geral, além de ser a única refeição aos preços a que estamos acostumados em Portugal. De resto, dificilmente se come de faca e garfo por menos de 20 euros por pessoa.
Às 14:15 temos encontro marcado no hotel com a guia. 14:20 a guia ainda não tinha aparecido e eu que ainda estou no meu 1º dia de férias não consigo relaxar. Toca de ligar para a guia a saber onde é que ela andava.
Flávia era o nome da guia. Uma brasileira super despachada. Não nos impingiu nenhuma excursão e disse mesmo: “vocês são novos por isso andem nos autocarros que são uma excelente forma de se deslocarem por toda a ilha”. Foi tudo a despachar... Sugeriu uma visita às praias de Paradise e Golden Sea. No fim recomendou apenas uma excursão a Mdina, Rabat e Mosta. Mas a descrição não convenceu. Em menos de 5 minutos já estava a conversa toda feita, e já se tinha ido embora. Nem parecia brasileira!
Fomos dar um mergulho à “praia” do hotel (salvo seja, já que não existia areia, mas apenas rocha). Ir ao mar é uma operação delicada porque as rochas são muito escorregadias, além disso há que escolher um local de fácil saída. A água é quente e límpida, deixando transparecer o fundo de rocha. Acabamos por não estar muito à vontade porque não conseguimos ter a noção da profundidade e da distância às rochas.
Saímos do banho e vamos para as espreguiçadeiras da piscina do hotel relaxar um pouco, e saborear a vista do Mediterrâneo. Está-se bem e começamos a sentir-nos invadidos pelo sono. Salto de repente e vejo que já são 16h45. Toca a despachar porque temos que ir fazer o Tour de reconhecimento a Malta, cortesia da agência de viagem.
Partimos em direcção a St. Paul Bay, onde naufragou o “Sr.”. Continuamos para norte, passamos Xemxija e vamos em direcção a Melliha onde se situa uma das praias de areia recomendadas pela Flávia. Vejo a praia cá do alto de um miradouro e penso: “Isto é que é uma das melhores praias?!!!” Tratasse de uma pequena baía de areia (pequena para nós, a maior de todas para eles) repleta de gente. Nem sei se realmente teria areia, porque nem dava para ver dada a concentração de pessoas.
Seguimos em direcção ao outro lado da ilha para ver outra das praias recomendadas – Golden Sea. Esta já se aproximava dos meus padrões de qualidade de praia. Parámos para um passeio de reconhecimento e aproveitámos para esticarmos as pernas numa esplanada e saborear uma colorida salada de frutas. Ainda me passou pela cabeça dar um mergulho mas já era tarde e corria uma aragem. Foi uma sorte não ter mergulhado, caso contrário teria morrido regelado com o ar condicionado da camioneta que estava meio marado e nos congelou durante o resto da viagem.
O regresso foi em direcção a Valleta (a capital) parando diversas vezes para fotografar as vistas das baías e dos vários fortes que ornamentam cada uma das encostas. Quando sentimos que estamos no centro da cidade o guia vai-nos indicando que estamos em Floriana, depois Vittoriosa e mais tarde Senglea. Cada uma destas “cidades” situa-se num cabo que está virado para cada uma das outras, formando uma enorme baía toda recortada. Sentimo-nos completamente perdidos a cada paragem. A paisagem é extremamente bonita e dizem alguns que já lá estiveram que faz lembrar um pouco de Veneza. Não conheço, mas é realmente um cenário deslumbrante de cores ainda mais acentuadas pelo lusco fusco do pôr do sol.
O último percurso de regresso ao hotel é o mesmo que fizemos de manhã a pé, mas agora a passo ainda mais lento por ser Domingo e os nativos andarem todos a passear. O ar condicionado continua fortíssimo e ansiamos por chegar ao hotel e tomar um banho quente.
Saímos para jantar e depois de tanto ar condicionado, no primeiro contacto com a rua ficamos chocados com o calor que se faz sentir à noite (que bom, quase que nos tínhamos esquecido). Agora seguimos para o lado direito em direcção à baía de St. Georges. Passamos um restaurante italiano com muito bom aspecto (e altos preços) que exitamos em entrar, passamos mais umas quantas pizzarias, viramos à esquerda e lá passamos os olhos na ementa de mais um restaurante, onde leio “T-Bone... é mesmo isto que quero”. Estava esganado de fome. O restaurante era o “Ghall Kafe” aberto 24 horas por dia, com preços não muito elevados dentro dos elevados preços da ilha.
Experimentamos as bebidas locais, eu a cerveja “Cisc”, a Maf a “Kinen”. A cerveja é fracota e meia morta, estilo “british”. Ela também não apreciou a bebida local: “Sabe a Bisolvon”. De resto estávamos famintos e a “carnucha” soube a pato, salvo seja.
Dali seguimos em direcção à noite. Um autêntico aceleramento, tudo maluco na rua, a beber, a fumar shisha, os bares com thecno altíssimo, de tal forma que se entrelaçam as músicas de diversos sítios deixando soar um som irreconhecível. Os principais temas que reconheci foi Bob Sinclair. Para completar um autêntico desfile de miúdas descascadas, cada uma mais que a outra. Uma vez que a minha observação poderia ser tendenciosa (já que os olhos fogem sempre na mesma direcção), segundo a Maf 80% eram mulheres e bonitas na sua maioria.
Ficamo-nos por um gelado à beira mar e regressamos ao hotel para o deleito dos lençóis.