O título é extenso, mas foi mesmo assim. É mesmo para meter medo. E falta ainda a menção ao júri composto por 5 professores.
Um esclarecimento sobre o meu cenário actual. Sou assistente de 2º triénio e tenho responsabilidades de um professor adjunto. Isto é, de forma muito resumida além de leccionar aulas teóricas e práticas, sou responsável pela coordenação de algumas disciplinas. Por isso, para mim a promoção a professor adjunto significaria apenas um título e um questão de justiça. Mas isto é apenas o meu entendimento.
Considero este tipo de prova importante para o sistema de ensino, sobretudo numa fase em que está na moda criticar “as progressões automáticas de carreira”. Eu também as critico e que fique claro que nunca beneficiei, nem beneficiarei delas.
No entanto mesmo que me seja reconhecido mérito na prestação desta prova não tenho garantias de vir a ser equiparado a professor adjunto. Entre várias razões possíveis, por motivos de restrições orçamentais (esta também está na moda).
Independentemente da minha expectativa em relação à possível promoção, existem aspectos de elevada relevância que não devem ser menosprezados nesta prova e sobretudo por quem leva a sério o ensino (sério é uma palavra muito simples mas que diz tudo… melhor estaríamos se cada um fosse sério nas suas responsabilidades de professor, político, empresário, aluno, o que for).
Eu levo tudo o que faço a sério, nomeadamente o ensino. O que tem esta prova de sério:
· Prova – pressupõe uma avaliação. O que é bom. Contraria o conceito de “progressão automática”. Se existe uma avaliação, então existirá um resultado que implicará consequências boas, ou más. E isto é mesmo assim.
· Pública – todos podem assistir: alunos, outros professores, funcionários, críticos do ensino, entre outros. Em suma, qualquer um que queira ter uma participação séria no tema. Além disso dá um carácter de isenção e justiça à prova. Significa que a prova não é confinada a um grupo de aristocratas que entendem ter a posse do poder de decisão e rumo de um sistema.
· Aula – todos os professores acabam por ter um pouco de egocentrismo, achando sempre que a sua forma e metodologia de ensino é a correcta e que todos os outros estão errados. Expor uma aula a um júri e uma audiência de professores e alunos, é como dizer a um professor: “então mostra lá o que vales/sabes!” Mais duas palavras relevantes. A primeira implica mostrar o nosso valor pedagógico incluindo capacidade de motivação, clareza, segurança, rigor e formalismo. O segundo refere o nosso conhecimento e capacidade de transmiti-lo com os mesmos atributos anteriores. Demonstrar tudo isto numa aula de 1 hora é um exercício de elevado grau de dificuldade.
· Currículo – discussão, reflexão, análise e avaliação do percurso profissional até aquele momento.
· Concurso – Significa que é livre a todos que reúnam os requisitos necessários para concorrer. Novamente dá um carácter de justiça.
E tudo isto são razões mais que suficientes para que eu me tenha dedicado de forma séria a mais esta prova profissional.
Considero que a prova correu bem. O meu primeiro objectivo foi concretizado. Não comprometi, não fui polémico e dei uma imagem real do meu valor e conhecimento.
A avaliação já não me diz respeito, apenas os resultados. Obrigado a toda audiência de professores e alunos que compareceram. Em breve darei mais notícias.