Banho sem espuma

October 1, 2006
A minha condição de pai fez-me iniciar um conjunto de novas actividades, até aqui totalmente desconhecidas, ou até mesmo adversas para mim. Imaginava lá eu dar banho a um ser de 4 patas, com cerca de 55 cms, que não para de espernear e tendo como desafio não lhe deixar afundar a cabeça debaixo de água. Hoje em dia, quase que dou conta da tarefa sozinho e com muita prazer.
Num destes dias de maior cansaço lá vou eu preparar a banheira. Trata-se de uma tarefa de rigor quase científico. Ponho o termómetro, 4 doses do gel de banho da Madalena (produto requintadíssimo de 1ª qualidade da Uriage… sobretudo no bolso da carteira) e chuveiro lá para dentro. À medida que a banheira enche começo a notar umas partículas não solúveis a flutuar e penso logo: “caraças… ontem não devo ter lavado bem a banheira depois do banho.” A seguir grito para a Mafalda: “Bolas Mafalda… ontem não lavaste a banheira!”.
Toca a despejar a porcaria da água, lavar a banheira e repetir toda a operação do início. Termómetro, 4 doses de gel de banho e chuveiro lá para dentro. Chiça… lá está a água outra vez com aquele aspecto esquisito. Parece que não está tão transparente. E nem faz tanta espuma como de costume. Enfim, devo ser eu que estou cansado e hoje estou a reparar mais na água. Isto deve ser sempre assim.
Terminada a primeira fase e antes de iniciar o banho da Madalena, vou até à sala e digo à Mafalda: “Hoje parece que a água da torneira está um bocado esquisita. Não faz tanta espuma. Não queres ir lá espreitar?”. Lá vai a Mafalda inspeccionar enquanto eu fico na sala a brincar com a Madalena. De repente ouço um berro da casa de banho: “Miguel, puseste creme hidratante na água.”
Caraças… vai-se a ver um destes dias ainda passei gel de banho no corpo da Madalena.