Ser adepto de um clube de futebol é um acto irracional. Não existem razões lógicas na decisão. A cor? O símbolo? Os jogadores? O estádio? Nada disto determina a decisão. Apenas critérios subjectivos. Excepto claro no meu caso, em que foram usados critérios puramente lógicos.
Comecei por querer perceber o que fazia 50% da população nacional torcer pelo mesmo clube: o Benfica. Todas as razões, por mais diversas que fossem culminavam na mesma origem histórica: a gloriosa década de 60 em que o Benfica desfilava na alta-roda do melhores clubes europeus. Tudo bem… está correcto. E o que é que isso me interessa? Eu cá nasci com muito orgulho no ano de 1974 e nesta altura o Benfica era um clubezito igual aos outros. E agora querem que sem razão nenhuma e baseado em critérios irracionais torça do lado dos 5 milhões? Nem pensar. Eu cá sou do contra. (Ser a favor não é um desafio, não exige esforço nem criatividade. O objectivo é sempre ser do contra.)
Em plena década de 80 tal como qualquer “puto da primária” tinha que definir a minha orientação clubista e havia um bando de gaiatos da escola primária nº 124 (Adivinhe-se onde? Na freguesia de Benfica), que sem saberem porquê torciam pelo Benfica. Pior ainda, abominavam o FCP e o Porto. Aliando as minhas ligações ao norte do país com o facto de ser do contra, tornei-me assim defensor do norte e adepto do FCP.
Claro que esta é uma atitude irracional e sem lógica. Concordo. A parte lógica é apenas aquela em que não queria ser igual a 5 milhões de adeptos do Benfica que torcem pelo Benfica sem qualquer razão lógica.
Não fossem decisões como estas e ainda teríamos o Salazar a governar o nosso país.
P.S. > Já agora, para mim o Benfica não é o SLB. O verdadeiro Benfica é aquele junto a minha casa na freguesia de Benfica: o Clube Futebol Benfica (CFB) – o popular “Fófó (http://carlosleiteribeiro.portalcen.org/lisboa/benfica.htm).