Não foi a ponte, mas podia muito bem ter sido. Na 2ª Feira passada de regresso a casa de um fim-de-semana prolongado revivi os velhos dramas da viagem Algarve <> Lisboa. A chegar a Grândola encontro a auto-estrada completamente parada. Meto em marcha o plano de contingência e saio para estrada nacional. Em poucos minutos, eis que me deparo naquela grande recta em direcção a Alcácer do Sal, rodeada de pinhais. E aí sim encontrei uma fila de carros completamente parada. Daquelas em que dá para desligar o motor do carro e vir cá fora confraternizar com os companheiros de fila.
No meio disto vem-me à memória aquelas odisseias a caminha do Algarve há cerca de 20 anos atrás. Lembro-me de sairmos de Lisboa cerca das 5/6 da manhã. O primeiro objectivo era passar o mais cedo possível a velhinha ponte de Alcácer. Até passarmos essa ponte não havia paragens para chichi, comer, vomitar, ou lá o que fosse. Era sempre em frente. Claro que por mais cedo que saíssemos nunca conseguíamos evitar aquela monstruosa fila de carros que também seguia em direcção ao Algarve e também teria que passar a ponte de Alcácer.
Assim que passávamos a ponte de Alcácer já tínhamos aquela sensação de triunfo do primeiro desfio conquistado. Já só deviam faltar umas 6 a 7 horas de viagem. Os próximos desafios seriam a passagem da zona da serra (onde a minha irmã vomitava sempre) e a clássica estrada 125 do Algarve. Mas isso não era suficiente para nos derrotar e assim que passávamos a ponte de Alcácer sentíamo-nos os autênticos vencedores. A passagem desta ponte era de tal maneira importante que dava então direito à primeira paragem. Nesta altura aproveitávamos para devorar o pequeno-almoço que a minha mãe tinha preparado. E que bem que sabia… Ai, ai velhinha ponte de Alcácer.