Na última 6ª Feira o Gato Fedorento apresentou um dos melhores episódios de sempre. Não receei que a qualidade do Gato Fedorento diminuísse com a sua passagem para a RTP. Não receei aquele fenómeno que acontece aos artistas com muita fama que fazem um novo contrato “chorudo” e acabam por perder qualidade (algo que aconteceu ao Herman José quando foi para a SIC). Não receei exactamente por eles não serem artistas, mas apenas indivíduos inteligentes que escrevem bons textos e não dependem de terceiros.
No entanto houve algo que embora seja menosprezável não consigo deixar de notar: a substancial melhoria de infra-estrutura e figurantes.
O Gato Fedorento antes era algo feito com muito poucos recursos. Quando faltava um figurante lá iam buscar o preto que trabalhava na parte de imagem. Aquele que aparece como o “pai Tomás” no sketch “Novo Detergente alvex xnofi”ou aparece a correr à volta da mesa no “Congresso de histéricos”. Realmente um tipo sem jeito nenhum e sem piada. Mas isso tinha piada. Agora vejo uns novos sketches onde é notório o aumento do orçamento. E isso quer queira quer não tira algum do misticismo.
Inevitavelmente aconteceu-lhes aquilo que acontece a quem passa dispor de melhores meios. É como ver os “Cães Danados” do Quentim Tarantino que se desenrola numa garagem ou ver mais tarde o Pulp Fiction.
Neste último episódio do Gato Fedorento (que volto a realçar ser um dos melhores de sempre) já chegaram ao ponto de ter cerca de uma dezena de figurantes numa praia.