Depois de alguns comentários positivos sobre “Brokeback Mountain”decidi-me a ir ver o filme. Ao contrário de muitas críticas pouco fundamentadas o filme não trata apenas a história de amor ou o drama vivido por um casal homossexual. Em certas cenas torna-se chocante e noutras mais concertadas conta uma história que decorre em 20 anos e retrata a vida de 2 amantes homossexuais que tentam manter paralelamente a sua vida familiar. E este comentário também não quer dizer nada… E nem se quer é isso que eu pretendo deixar aqui registado.
O que realmente é de salientar neste filme é o sentido irónico do Ang Lee. Não me refiro às evidências do nome “Broke Back”, entre outras. Refiro-me à primeira hora do filme que se passa na tal montanha de “Brokeback Mountain” onde o jovem casal homossexual se entretêm nas suas relações sexuais. Paralelamente o realizador vai apresentando um outro drama do casal em relação à limitada ração que lhes era fornecida para alimentação e que se resumia a latas de feijão. Aliás numa das cenas um deles desabafa que “Já não consigo comer mais feijão”. Ora é sabido que o feijão ingerido em grandes quantidades provoca desarranjos intestinais. Logo o Ang Lee só pode estar a gozar quando põe num filme um casal homossexual a comerem-se daquela maneira e ao mesmo tempo a alimentarem-se com latas de feijão.